segunda-feira, 8 de março de 2010

Crença Religiosa e Ignorância (A questão da Ciência)


As religiões do mundo sempre se comportaram de forma a tentar impedir o avanço do conhecimento racional sobre a natureza e garantir a sobrevivência de seus dogmas, crenças irracionais e superstições sobre tudo o que envolvia o funcionamento da vida, a origem do Cosmos e do Homem.

Na Grécia Antiga, os primeiros filósofos romperam com isso. Vendo quão estapafúrdias eram as explicações religiosas sobre a natureza e sobre a origem do Cosmos, do Homem e dos Deuses, vão se afastar do mito e passar a escolher um novo método de inquirição que chegasse a verdades lógicas e racionais sobre as perguntas que sempre intrigaram os homens. Criaram a Filosofia. Ainda assim, a religião permaneceu suficientemente forte para estimular valores não racionais e superstições que impediram os gregos de fazer, no plano prático, alterações no seu mundo tecnológico, tendo em vista possuírem conhecimentos teóricos para tal.
Na Idade Média a Igreja Católica inventou e disseminou uma série de barbaridades à cerca da natureza. Criou a idéia de que o mundo era como uma tábua retangular, o que impediu explorações mais consistentes dos oceanos por séculos. Também inventou a presença de abismos com seres infernais no horizonte marinho, enchendo de medo milhares de pescadores e exploradores que iam mais além nas fronteiras conhecidas.

No Renascimento, quando homens como Giordano Bruno, Copérnico e Galileu tentavam provar que a visão religiosa sobre a Terra e os astros era absurda, a igreja os perseguiu e os intimidou, como toda boa religião dominante. Mandou um para fogueira, outro teve que se retratar e esconder seus conhecimentos, outro ainda que se esconder.

Na Idade Moderna, o catolicismo reinante na Europa assegurava o Direito Divino dos Reis absolutistas governarem. Asseguravam também que o toque do Rei, por ser representante de Deus na terra, era capaz de curar inúmeras doenças, tal como a escrófula. A massa crédula acreditou por séculos nesta sandice, sustentando a tirania monárquica com a aquiescência religiosa. Hoje, graças ao avanço dos conhecimentos médicos e históricos, sabemos que a escrófula era uma doença epidérmica temporária, curada pelos nossos próprios anticorpos.

Nos últimos séculos, as religiões tentaram impedir, desacreditar ou restringir uma série de pesquisas nos campos biológico, geológico, arqueológico e histórico. Opuseram-se e ainda se opõem à Teoria Darwinista da Evolução com grande fúria, mesmo com milhares de provas da mesma. Tentam pressionar contra os resultados dos estudos geológico que mostram a antiguidade da História da Terra perto da que assevera a bíblia além da inexistência de dilúvios gerais. Colocam-se contra os estudos genéticos que desvendam as cadeias de DNA e contra a possibilidade da ciência criar a vida em laboratório, o que já se mostrou possível.

A arqueologia e a história são, com certeza, são as ciências mais atacadas pela fúria irracional dos religiosos e das religiões instituídas. Na verdade, isto ocorre por estes campos de saber, desacredita suas falsas verdades e suas crenças absurdas sobre a origem supersticiosa da espécie humana e animal, sobre os êxodos imaginários, sobre as guerras vencidas por Deuses ou por ajuda destes, sobre suas cronologias sagradas estapafúrdias e sobre outras mil invencionices, como pragas sagradas que não ocorreram, extermínios inexistentes, gigantes de 5 metros que nunca viveram, guerras aéreas entre deuses (Hindus) que jamais existiram, Arcas Sagradas que nunca navegaram, destruição de cidades por deuses vingativos e assassinos que não se realizaram, etc...

O mais grave nisto não se resume às imoralidades que alguns religiosos fazem para desacreditar a ciência, como fraudar fotos de falsos gigantes ou de corromper cientistas menos éticos a questionar as descobertas e adulterarem os resultados de pesquisas, fatos que já ocorreram. O mais grave nisto tudo é manter milhões de pessoas reféns de sua fé cega, o que gera nelas a credulidade escrava.

Na próxima coluna, mostraremos como as religiões sempre se colocaram contra os avanços dos direitos das minorias e contra a extensão da participação política.
Postado por: Prof. Chicão