quarta-feira, 22 de abril de 2009

Uma questão para Historiadores. E uma breve critica.


Muito se questiona no meio, sobre qual seria o ponto crucial ou aonde se deu o rompimento do sistema Feudal para os primórdios do Capitalismo. Essa questão levanta muita polemica ate hoje entre diferentes autores e escolas de analise da historiografia. São tantas as controvérsias e pontos de debate, que seria o blog, vejo eu, um canal limitado e impróprio para destrinchar esse assunto, sendo assim vou me limitar a escrever o meu ponto de vista sobre esse tema.

Devemos ter ao analisar essa temática complexa, basicamente duas linhas de visão, uma retroativa a partir do presente e uma de tempo estrutural. A primeira nos serve para esclarecer, identificar e comparar pontos fundamentais dentro do que veio a ser a “estrutura dominante” presente. A segunda serve para entendemos que quando se subtrai o conceito de tempo linear positivista, e se analisa a história através de estruturas, dando um caráter circular do tempo, torna-se mais fácil o entendimento sobre conceitos, idéias e realidades diferentes coexistindo no mesmo espaço.

Através deste posicionamento eu rejeito o termo de ruptura com o sistema, e mesmo um tempo pré-capitalista, e considero como estruturas sobrepostas, sendo uma germinal, e com uma analise de tempo longo ficou nítido que as mudanças germinais da época eram realmente bases de uma “estrutura dominante” nascente. E não uma “simbiose” ou mesmo uma relação apenas diferente como insistem os socialistas britânicos.
Mas sendo o principal fator desta analise o fim e o começo de uma nova estrutura social, devemos considerar com mais ênfase um olhar analítico da estrutura atual e avaliar quais são os fatores que sustentam a estrutura presente. E em um olhar retroativo procurar e achar as mudanças de relações que somadas promoveram e construíram esta transição.

E como nada é determinante de forma isolada como elemento, vamos colocar dentre os fatores, os mais relevantes de uma forma extremamente sintética, que em conjunto foram responsáveis para a construção da realidade deste sistema atual. O caráter independente dos agentes sociais nas novas aglomerações urbanas, na idade média que em conjunto com mercadores vieram substituir as oficinas dos servos da reserva senhorial, e formaram a primeiras corporações de ofícios. Avanços tecnológicos que propiciaram a expansão do comercio o avanço na produtividade e a difusão de grandes movimentos mentais, que trouxe a valorização do indivíduo como ser humano terreno, livre e racional, culminando na secularização. A corretíssima teoria de Marx sobre a acumulação primitiva e o mais relevante de todos os fatores transformadores da nova realidade. A transformação total dos meios de produção com melhores técnicas, relações totalmente capitais e agentes feudais transformando-se em comerciantes e produtores urbanos.

E o ápice de todo esse processo é um mundo onde uma invenção (O Estado Moderno), sustenta, apóia e intervém violentamente por um sistema econômico individualista e excludente. Onde tudo e todos têm um valor, em que as relações comerciais e econômicas vêm antes de qualquer outra situação.

Dentro do processo transformações se fazem incessantemente, mas a classe dominante melhor preparada e consciente de elementos que podem continuar sustentando essa forte estrutura se perpetua em vantagem. E o único meio ou caminho para uma melhor justiça social sem duvida é a educação. É por ela que devemos lutar, é somente através do conhecimento e da consciência que se torna possível mudar relações de poder.