quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Foco





Caros amigos! Quero inaugurar este blog refletindo especificamente sobre o foco do pensamento coletivo.


Ocidentalmente as sociedades passaram a pensar coletivamente no século VII a.c. na Grécia Arcaica, com o advento da polis. A evolução desse fato e a vocação irresistível pela publicidade, dos helênicos, somaram-se ao convívio dos desiguais, onde uma “elite” e uma massa de “excluídos” passaram a fazer parte da mesma paisagem. Isso fez nascerem novos e grandes questionamentos.

A filosofia nasceu para tentar responder esses questionamentos e para encontrar uma forma de sistema mais justa para o coletivo.

Ao longo dos séculos em vários períodos os seres humanos foram forçados a recuar na sua empreitada de pensar o mundo, mas geralmente eram meros e forçados recuos. A verdade é que mesmo a sociedade tendo que escolher entre sobreviver e idealizar, ela sempre buscou formas e soluções, mesmo que quase sempre derrotadas, e mesmo que quase nada tenha mudado para melhor.
Soubemos e vimos durante todo esse tempo, varias formas ideológicas e vários discursos de poder, e sendo fato que nenhum tenha chegado perto do que realmente desejamos no fundo de nossas almas.

E eu digo o porquê desse meu texto inaugural ser uma reflexão sobre o foco das idéias, sobre o foco dos pensamentos.

Sou de uma geração que tem acendido sobre ideologias e sistemas do passado, e também sou de uma geração aonde dois grandes discursos ideológicos polarizavam o mundo. Em que todos temiam e no fundo torciam pelo inimigo em ambas as partes. O grande problema é que quando o muro caiu os dois sistemas começaram a ruir, colocando a humanidade em cheque.

Não conseguimos sequer ver uma luz no vim do túnel, acolhemos o neoliberalismo e o mundo voraz do capital financeiro, em troca da mutilação apenas dos nossos olhos e ouvidos. Rapidamente o mercado tratou de ocupar em nossas vidas, esse enorme espaço, trazendo a cultura do individualismo e banalizando de uma forma apropriativa as idéias que deveriam estar sendo trabalhadas dentro do subconsciente coletivo. Ou seja, hoje as marcas das grandes corporações não lhe vendem apenas o produto, elas vão alem, lhe dão identidade, promessas falsas e discursos feitos.

Nunca o ser humano conviveu com tamanho volume de mídia, um verdadeiro massacre, aonde o principal inimigo são suas idéias originais. E onde o principal objetivo é a cultura do individualismo radical suprimindo sua verdadeira identidade, seus valores coletivos e morais.

Por isso meus amigos eu peço que tirem o pouco tempo que seja possível para pensar no que você esta comprando, quais são os seus discursos, da onde eles vem e o principal.

Pensem o mundo, pense como melhorá-lo, quem sabe a solução ou parte dela esta com você. Mude um pouco o foco, não aceite o discurso do mercado. Existe uma saída e temos que continuar pensando sobre ela.

Um grande abraço.

Prefácio e Agradecimento

Primeiro gostaria de explicar aos amigos e aos inimigos o porquê do Blog. Fazia algum tempo que meu inconformismo me cobrava uma ação, uma ação qualquer, uma ação que fosse um começo e um fomento para novas que virão. Minhas criticas, opiniões e propostas hoje, no grau da minha vivência me obrigam a publicidade e ao debate.
Quero expor minhas idéias e intenções como uma vela acesa farejadora, em um mundo escuro e doente dos olhos. Esperando que essa pequena luz reverbere em outras velas na confiança de encontrar olhos que buscam e gostem de luz. Tenho sabedoria do romantismo empregado nessa ação, mas acho que é isso, exatamente essa atitude que falta nos dias atuais, aonde já tornamos os moinhos parte da nossa paisagem.
A intenção é: encontrar, fomentar e trabalhar idéias de uma forma clara. Idéias que combatam os pensamentos que legitimam a desigualdade social, e que façam evoluir o sistema atual para que se torne mais ético e justo.
Agradeço a minha querida amiga blogueira, poetisa e escritora, Malu Teixeira de Pomerode – SC, por ter me inspirado a explorar esse canal semi-democrático e parcialmente accessível a publicidade, considerando uma parcela excluída digitalmente. A começar minha empreitada por aqui.